A transformação digital no meio corporativo não é novidade.

A conectividade faz, cada vez mais, parte da realidade das empresas e traz benefícios como competitividade, redução de custos e mais assertividade na tomada de decisões. No entanto, faz parte desse processo a superação de alguns desafios - um deles é a digitalização de segurança industrial.

Nas indústrias, o cuidado com a segurança é um tema fundamental e tratado com muita seriedade. As normas e outras regulamentações, há anos, orientam e exigem adequações que elevem a eficiência nesse aspecto, garantindo a integridade física do capital humano. E a tendência é que essa preocupação estenda-se ao nível digital.

Pensando no cenário de cinco anos atrás, as informações sobre as ocorrências nas máquinas e nos equipamentos da fábrica, uma das áreas mais vitais das indústrias, eram muito escassas ou descentralizadas. Com o advento da Indústria 4.0, esse não deve mais ser um cenário aceitável pela gestão.

Se ter um chão de fábrica totalmente conectado à nuvem, com monitoramento em tempo real e acesso a métricas, parece uma utopia, o mercado brasileiro já mostra que estamos no caminho de torná-lo uma realidade. Cada vez mais equipamentos de segurança já são capazes de se comunicarem dessa forma, fornecendo dados mais precisos sobre seu funcionamento.

Em um futuro muito próximo, as indústrias devem contar com tudo isso em plataformas que reúnam todas as informações geradas pelos sistemas de segurança e máquinas, permitindo mensurar a vida útil dos dispositivos de segurança, seus status detalhados, entre outras métricas.

Uma base de dados robusta e confiável dá apoio à gestão, tanto em questões estratégicas do negócio quanto em decisões operacionais, como um cronograma de manutenção preventiva. Afinal, a partir da interpretação dos dados, é preciso agir para transformá-los em segurança, de forma prática, para colher os resultados.

As vantagens da conectividade são inúmeras, desde a diminuição da taxa de acidentes até a identificação e correção de lacunas financeiras, mas os desafios do avanço da digitalização são tão grandes quanto. Embora a Indústria 4.0 já esteja na pauta estratégica da maioria das organizações brasileiras, na prática, ainda é baixo o nível de integração entre os sistemas, a coleta e o tratamento de dados.

Dados da KPMG, divulgados em abril de 2022, mostram que 80% das grandes indústrias e agronegócios já possuem iniciativas relacionadas ao conceito de Indústria 4.0, porém, em 43% delas, as ações principais estão em fases experimentais e de desenvolvimento. Ou seja, há um grande potencial para evolução e amadurecimento nos próximos anos.

Esse mercado expressivo torna ainda mais evidente a necessidade de que as indústrias construam, com celeridade, uma base sólida no que diz respeito à Indústria 3.0 para então levar a digitalização a níveis mais profundos.

Uma vez que essas barreiras forem ultrapassadas, a conectividade poderá agregar - e muito - às indústrias e à segurança das pessoas que nela trabalham, havendo disposição do mercado em investir em inovações tecnológicas e equipes preparadas para implantação de novas ferramentas.

Na Schmersal, consideramos essas tendências para sermos uma facilitadora da digitalização nas indústrias, investindo em novos projetos de software e hardware para nosso portfólio de produtos e serviços.

As empresas que apostarem nesse caminho certamente precisarão - e poderão - encontrar parceiros tão focados quanto elas em tornar o futuro mais conectado e seguro.

*Evandro de Lima Pivoto
*Jamile Lebkuchen Zarif